Os corpos rodopiam no salão ao som de uma música desajeitada. Eu sentada numa cadeira de plástico, fria e suja cravo-lhes os olhos vazios de inocência. Não lhes quero mal, nem me alicia julgá-los, mas não faço parte do seu mundo, não hoje!
Hoje estou envolta em trapos de outra galáxia e trago entranhados na pele pós de sítios longínquos.
Bate-me um empurrão, não oiço desculpa, e encolho-me para evitar outro. Não estivesses aí sentada! – Leio na expressão do desgraçado, fazendo de conta que nada foi.
quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
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Nas ruas corre um murmúrio, silenciam-se as palavras quando passo, porque as engulo num sorvo só.
Os homens vestem os casacos e abrigam as mulheres em seus braços e tudo se cala...como se eu, que mastigo vento, não pudesse escutar o segredo.
Já ontem foi assim, mas porque sou persistente, voltei embriagada de esperança, vestida de ilusórias ilusões.
Eles...elas...sorriem. Observam, deduzem e escondem. Eu passo, com leves passadas, pisando devagar a terra quente, que me faz fervilhar os pés descalços... Eles...elas estão calçados, têm solas de borracha sustendo-lhes o corpo.
Resolvo sentar-me no centro do seu círculo mal formado e faço esforços para ouvir as suas ténues vozes...
Amanhã, respondem-me...amanhã, hoje a fadiga é muita, fica para amanhã.
Os homens vestem os casacos e abrigam as mulheres em seus braços e tudo se cala...como se eu, que mastigo vento, não pudesse escutar o segredo.
Já ontem foi assim, mas porque sou persistente, voltei embriagada de esperança, vestida de ilusórias ilusões.
Eles...elas...sorriem. Observam, deduzem e escondem. Eu passo, com leves passadas, pisando devagar a terra quente, que me faz fervilhar os pés descalços... Eles...elas estão calçados, têm solas de borracha sustendo-lhes o corpo.
Resolvo sentar-me no centro do seu círculo mal formado e faço esforços para ouvir as suas ténues vozes...
Amanhã, respondem-me...amanhã, hoje a fadiga é muita, fica para amanhã.
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