Era uma vez um pássaro azul e branco, com uma asinha ferida, que voava timidamente por uma enorme floresta, cheia de lagos, carros de mula e árvores. Um dia ao passar pela árvore mais alta do bosque ouviu o canto de uma bela e formosa cigarra.
Aproximou-se para ouvir o seu cantar. Era doce e hipnotizante e o pequeno pássaro deixou-se ficar inebriado. A cigarra parecia feliz, e com um enorme sorriso na cara convidou-o para subir à sua árvore. Passaram o dia juntos. Cantaram as canções da cigarra, riram das histórias e aventuras do passarinho e tornaram-se muito cúmplices. Tão cúmplices que a cigarra cuidou da asinha ferida do pássaro, com o seu jeitinho muito especial.
À noite quando a lua apareceu redonda e cheia no céu beijaram-se, contaram estrelas, abraçaram-se para suportar o frio da escuridão nocturna e fizeram promessas de amor.
Na manhã seguinte pareciam duas criaturas saídas de uma história de encantar. Ambos pareciam cobertos por um manto mágico e intransponível… a natureza havia-os brindado com o mais belo de si: o amor!
O pássaro azul e branco passou a visitar a cigarra todos os dias. E ela abria as asas de par em par para o receber. Ele levava-lhe presentes que pedia com jeitinho à floresta: pinhas, flores, raízes… e outras delicias mais. A cigarra sentia-se feliz. O pássaro também. E a sua asa ficava melhor a cada hora que passava.
Um dia, num desses dias de imensa felicidade, o pássaro chegou à árvore da cigarra. Levava consigo uma mochila preparada para uma grande viagem… tinha tudo pronto. Tinha planos. Queria levar a cigarra a conhecer outras florestas. A cigarra ouviu o desafio e sorriu, mas em seguida chorou… não podia ir… tinha atada à perna uma corrente fininha de ouro, que a prendia aquela árvore e que a impedia de sair dali.
O pássaro ao ver aquilo vacilou, mas recompondo-se mostrou-se forte o suficiente para partir o atilho dourado. Arranjariam uma solução, ele tinha a certeza.
Mas a cigarra, olhando para a perna presa contou-lhe a sua história. Disse-lhe que numa altura de grande fome e frio, uma águia grande e poderosa lhe havia dado protecção e comida e que em troca ela lhe tinha dado a sua liberdade. Assim sendo não poderia ir… Ali havia tudo o que precisava e de vez em quando a águia vinha e soltava-a da corrente, deixando-a ir por breves momentos… acreditando que ela voltava. Não poderia trair a sua águia… não seria justo.
O pássaro compreendeu e continuou a visitá-la de olhos tristes, presos na corrente de ouro… mas cheio de amor. E a cigarra passou a ter medo que um dia o pássaro agarrasse na mochila e se fizesse ao caminho sozinho.
E cantaram, e contaram histórias e olharam a lua vezes e vezes sem fim, pedindo às estrelas que nunca nada os separasse… na esperança que um dia a corrente se partisse para sempre!
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1 comentário:
Fogo
Fumo
Carro parado
Musica
Silencio
Eu sinto
O que sinto?
Quero?
Sinto?
Oico
Magoo
Nao estou
Falho
Nao sei porque
Devo
Nao cresco
Decepciono
Gostava
Nao sei se consigo
Tenho medo
Porque?
Nao sei!
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